Seis meses depois e cinco decisões judiciais contrárias à construção do 2º prédio anexo à Câmara Municipal de Manaus (CMM) por R$ 32 milhões, o presidente da Casa, vereador David Reis (Avante) finalmente desistiu de construir o prédio que pretendia abrigar 56 gabinetes, elevador e escada panorâmicos, dois níveis de estacionamento, centro de convenções e restaurante.
Em entrevista ao jornal A Crítica, publicada no último sábado, 22/01, Reis afirmou que não iria mais retomar a licitação do prédio que ficou conhecido como “puxadinho milionário”.
“Infelizmente, me fizeram desistir. Seria o primeiro prédio público construído de frente para o rio. Fui tão perseguido e alvo de maldade que nem me deram a oportunidade de esclarecer esses detalhes”, disse.
A decisão do presidente foi comemorada pelo vereador Rodrigo Guedes (PSC) que, ao lado do vereador Amon Mandel (sem partido), acionou a Justiça do Amazonas ao menos cinco vezes para barrar a construção do edifício. Em suas redes sociais, Guedes escreveu:
“Agora, 6 meses depois de impedirmos a construção do prédio anexo, o projeto está definitivamente ENTERRADO, mas estamos vigilantes em qualquer tentativa de ressuscitação desse projeto! Não fosse a nossa ação [com Amom Mandel], a essa altura do campeonato o prédio já estaria pelo menos 20% concluído! Uma obra que começa com 32 milhões terminaria facilmente em 40 milhões com os famosos aditivos da obra! Estamos fazendo história representando os anseios da população”.
Críticas – Criticado, reiteradamente, pela população por sua atuação à frente da Câmara Municipal de Manaus, David Reis fez um balanço de seu primeiro ano como presidente. Questionado sobre os erros e acertos de sua gestão até agora, Reis disse ser aberto às críticas, mas que não enxergava nenhum erro. Conforme ele, o que aconteceram foram incompreensões.
“Sou aberto às críticas. Não enxergo nenhum erro. Se você quiser apontar algum, estou aqui para lhe responder. Agora os acertos, tudo que fiz, até agora foi buscando acertar. Se fui incompreendido, as incompreensões a gente pode até se ouvir, mas não tive a oportunidade de nas vezes que fui incompreendido de esclarecer incompreensões.
Sobre o aumento em 83% da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), que fez com que o vencimento dos vereadores saltasse de R$ 18 mil para pouco mais de R$ 33 mil, a partir de janeiro deste ano, David Reis alegou que a medida foi necessária devido a inflação.
“A Ceap, para um vereador que trabalha verdadeiramente, auxilia. É mais um suporte para o exercício do mandato. Em 2020, quando ganhamos a eleição, a gasolina tava R$ 4,30 e já vai aumentar. Tem uma coisa mais importante, não aumentei só a Ceap. Eu tripliquei o ticket para todos os servidores. Isso que é bom de dizer. Reajustei todos os salários da Casa. Isso é reconhecimento. Só querem dar publicidade para aquilo que a sociedade compra como impopular.”, declarou.
A publicidade negativa seria evidenciada, sobretudo, pelos vereadores oposicionistas Rodrigo Guedes e Amon Mandel, com quem Reis afirmou não manter rusgas. “Não tenho diferença com vereador que apoia ato meu o que não apoie. Não tenho preocupação com isso. Não tenho rusgas. Pelo contrário. Aqui é uma Casa de 41 vereadores e a minha relação com qualquer que seja o vereador é a mesma”, disse.
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Por Michele Gouvêa com informações Jornal A Crítica
Fotos: Divulgação / Ilustração Marcus Reis