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sexta-feira, outubro 18, 2024

Banco Central culpa pandemia e crise hídrica por inflação acima da meta em 2021

As justificativas foram enviadas nesta terça-feira, 11, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao Conselho Monetário Nacional (CMN). Toda vez que a inflação fica acima da meta definida para um ano, o presidente do BC, desta vez, Roberto Campos Neto, é obrigado a prestar esclarecimentos

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O Banco Central atribuiu à pandemia, mais especificamente, seus efeitos sobre os preços das matérias-primas (commodities), e à crise hídrica a culpa pela inflação de 10,06% acumulada em 2021. O índice ficou bem acima do centro da meta estabelecida pelo BC para o ano, de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, podendo variar entre 2,25% e 5,25%.

As justificativas foram enviadas nesta terça-feira, 11, ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao Conselho Monetário Nacional (CMN). Toda vez que a inflação fica acima da meta definida para um ano, o presidente do BC, desta vez, Roberto Campos Neto, é obrigado a prestar esclarecimentos.

“Os principais fatores que levaram a inflação em 2021 a ultrapassar o limite superior de tolerância foram os seguintes: 1) forte elevação dos preços de bens transacionáveis em moeda local, em especial os preços de commodities; 2) bandeira de energia elétrica de escassez hídrica; e 3) desequilíbrios entre demanda e oferta de insumos, e gargalos nas cadeias produtivas globais”, explicou o BC, em carta.

A autarquia ainda acrescentou que a inflação alta em 2021 foi um “fenômeno global”, impulsionado pela pandemia, que atingiu “a maioria dos países avançados e emergentes”.

Esta foi à sexta vez desde a criação do sistema de metas para a inflação, em 1999, que um presidente do BC teve que justificar seu descumprimento. Na última vez que isso aconteceu, em 2017, a carta explicou por que a inflação (2,95%) terminou o ano abaixo do piso da meta (3%), e não acima. Na ocasião, o presidente do Banco Central era Ilan Goldfajn e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Inflação – O resultado da inflação de 2021 foi influenciado principalmente pelo grupo de transportes, que apresentou a maior variação (21,03%) e o maior impacto (4,19 pontos percentuais) no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país.

Segundo o gerente do IPCA, Pedro Kislanov, a categoria foi muito afetada pelo preço dos combustíveis. “Com os sucessivos reajustes nas bombas, a gasolina acumulou alta de 47,49% em 2021. Já o etanol subiu 62,23%, e foi influenciado também pela produção de açúcar”, explicou.

Também contribuiu para a inflação alta o grupo habitação (13,05%), cujo salto foi puxado pelo aumento no preço da energia elétrica (21,21%), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (CMN).

Desde setembro de 2021, está em vigor à bandeira tarifária escassez hídrica, citada pelo BC na carta, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Inicialmente, a bandeira escassez hídrica deve vigorar até abril de 2022.

“O fraco regime de chuvas levou ao acionamento de termoelétricas e de outras fontes de energia de custo mais elevado durante a segunda metade de 2021, resultando em aumento expressivo das tarifas de energia elétrica”, justificou o BC.

“Em setembro, foi criada e acionada a bandeira escassez hídrica, o que causou aumento de 49,6% sobre a bandeira anterior e de 5,8% sobre a tarifa de energia elétrica ante o mês anterior”, completou.

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Da Redação com informações do UOL

Foto: Divulgação

 

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