Sem partido desde 2019, quando deixou o PSL, pelo qual foi eleito, o presidente Jair Bolsonaro se filiou ao PL na manhã desta terça-feira, 30/11. O evento ocorrido em Brasília reuniu políticos e autoridades e teve um discurso do presidente cheio de críticas à esquerda e fatos positivos sobre seu governo. Além de Bolsonaro, também se filiaram ao partido o senador Flávio Bolsonaro, de saída do Patriota, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
O evento, que teve um clima religioso e conservador, também reuniu apoiadores do presidente que antes de discursar pediu que o pastor Marco Feliciano fizesse uma oração.
“Agradeço a Deus pela minha vida e por essa oportunidade de, ao lado de vocês, conduzir o destino do nosso Brasil. Não estamos aqui lançando ninguém a cargo nenhum. Um evento simples, mas muito importante. A filiação é uma passagem para que nos possamos pleitear algo lá na frente”, disse Bolsonaro no inicio de seu discurso.
Prestigiado por ao menos quatorze ministros do Governo Federal, membros do segundo escalão, parlamentares aliados Bolsonaro disse se sentir em casa. Frase citada e endereçada ao presidente da Câmara dos deputados, Arthur Lira (PP-AL), em referência aos 28 anos que passou na Casa.
“Estou me sentido dento do congresso nacional em virtude da quantidade de parlamentares aqui presentes. Vocês me trazem lembranças agradáveis, de lutas, de embates, mas acima de tudo de momentos que nos juntos fizemos pelo nosso país”, continuou.
No discurso que durou pouco mais de dez minutos, relembrou sua passagem pelo Progressista e confessou que a decisão de entrar no PL “não foi fácil”.
“Uma filiação é como um casamento. Seremos uma família. Obviamente não podemos agradar a todos, mas fazemos o possível”, disse ele antes relembrar sua vida política e negar a existência de muitos militares em seu governo. “O pessoal falar que o governo é militar. Nós temos quatro militares no governo. Meia dúzia é parlamentar. É um governo bastante diversificado. Um governo que se propôs a servir a todos”, garantiu.
Parceria – “Eu e o Valdemar não somos pessoas que vamos definir as coisas sozinhos. Em grande parte, a nossa visão vai passar por vocês. Nós queremos compor e, com essa composição, fazer o melhor para o Brasil”, disse o presidente ao se referir a sua parceria junto com o Valdemar Costa Neto, presidente do partido.
Bolsonaro aproveitou o momento, no evento que foi restrito e sem a presença da imprensa, para alfinetar os partidos de esquerda. “Nós tiramos o Brasil da esquerda. Olhem para onde estávamos indo. Nos não queremos isso. Temos um bem que esta na nossa frente e não podemos desprezar. Um bem que devemos zelar por ele, que é a nossa liberdade”, garantiu.
“A gente vai mudando isso com vocês” disse ao se referir a governadores, senadores e prefeitos presentes. “ O brasil estrando bem, nós estamos bem e não o contrário. Temos cada vez mais um caminho enorme para construir um brasil que queremos. Quem tem andando pelo brasil, vê cada vez mais as cores verde e amarela predominando, e muito, sobre o vermelho”, continuou ele ao se referir as cores do Partido dos Trabalhadores (PT).
Filiação e oposição – A filiação de Bolsonaro ao PL não agradou de um todo integrantes do partido. O vice-presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Marcelo Ramos, que já sinalizava sua saída do PL caso Bolsonaro se filiasse ao partido disse, em uma postagem nas redes sociais, que em breve irá manifestar sobre o assunto.
“Hoje é dia de festa no PL, respeitarei isso. Como já disse, não estarei nesse palanque, mas em respeito a um partido que sempre me respeitou e prestigiou, só amanhã me manifestarei sobre as decisões que tomarei após essa filiação”, disse o deputado que não esteve no evento, como dito em outros momentos.
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Da Redação
Foto: Divulgação