A Prefeitura de Autazes solicitou reforços de segurança a órgãos estaduais e federais para tentar conter a invasão de centenas de balsas de extração de garimpo ilegal no município. As balsas seguem em comboio pelo rio Madeira, nas proximidades da comunidade Rosarinho, entre as cidades de Autazes e Nova Olinda do Norte, a cerca de 120 quilômetros de Manaus.
Em nota, o prefeito do município Andresson Cavalcante (PSC) informou que acionou o Governo do Amazonas, por meio do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), e, também, que já solicitou apoio da Marinha do Brasil, Polícia Federal e do Ministério do Meio Ambiente, para impedir a invasão das dragas que formam uma verdadeira “cidade flutuante” no lugar.
“Não podemos permitir que essa atividade que é ilegal coloque em risco a vida dos moradores do Rosarinho e, consequentemente, de toda a região. Os ribeirinhos e comunitários solicitaram que a prefeitura os ajudassem a preservar o rio, os peixes e o seu trabalho”, destacou o prefeito.
Foi montada uma barreira sanitária na estrada Autazes/Rosarinho para resguardar a população, principalmente de contágio do coronavírus, uma vez que não se conhece a procedência e nem as condições de saúde dos invasores.
A chegada das balsas, conhecidas como “dragas”, em busca de ouro foi identificada no início desta semana naquela região. De acordo com informações divulgadas pelo jornal O Estado de S.Paulo, a mobilização se deve a notícia que correu entre os garimpeiros de que teriam encontrado grande volume de ouro no local.
Ainda segundo O Estadão, em um áudio, um homem identificado como garimpeiro, orienta os colegas que estão no rio Madeira a montar um “paredão” de balsas, com pessoas ao redor dos equipamentos, para reagir a qualquer tipo de abordagem de fiscalização. A atividade de extração do minério é ilegal e configura crime ambiental.
Providências – O Ipaam informou, por meio de nota, que as balsas estão ancoradas em área de competência dos órgãos federais e que o Ipaam está à disposição para atuar em parceria com os demais órgãos, no alinhamento de providências. Ainda segundo a nota, na manhã desta quarta-feira, 24, o diretor-presidente do órgão, Juliano Valente, teria feito uma reunião de alinhamento com representantes do Ibama, Marinha e Polícia Federal para tratar sobre o assunto.
A Polícia Federal também se posicionou por meio de nota informando que já está em andamento das tratativas interinstitucionais sobre a notícia dos garimpeiros na calha do rio Madeira.
Competências – A regulamentação da exploração mineral é de competência da Agência Nacional de Mineração, já o licenciamento é de responsabilidade do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Em caso de crimes de exploração ilegal de minério, a investigação é de atribuição da Polícia Federal. Sobre a trafegabilidade e de poluição hídrica, o acompanhamento é feito pela Marinha do Brasil.
Dragas – As balsas utilizam longas mangueiras, que são lançadas até o leito do rio. Acionadas por geradores, elas sugam a terra e tudo o que encontram no fundo. O material removido é trazido até a balsa e passa por uma esteira, onde é filtrado e devolvido de volta à água. Nesse processo, o ouro fica retido na esteira.
Essas operações geram extremo dano ambiental porque acabam com todo tipo de alimento de centenas de espécies de peixes, comprometem a qualidade da água e geram assoreamento.
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Por Lana Honorato com informações do O Estado de S.Paulo e assessorias de imprensa
Foto: Silas Laurentino
