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sexta-feira, setembro 6, 2024

‘Casamento’ entre Bolsonaro e PL de Valdemar Costa Neto está ameaçado

Nesta segunda-feira, 15, Bolsonaro disse que seu prazo de espera por uma definição com o PL tem limite — e afirmou que voltou a conversar com outros partidos sobre uma possível filiação. "Eu espero em pouquíssimas semanas, duas, três, no máximo, casar ou desfazer o noivado. Mas eu acho que tem tudo para a gente casar e ser feliz".

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O presidente Jair Bolsonaro segue sem partido e sem data para que a filiação a uma sigla ocorra. O “casamento” com o Partido Liberal subiu no telhado e a festança que estava programada para o próximo dia 22 foi suspensa. O rompimento teria ocorrido por meio de troca de mensagens nada amistosas entre o presidente Bolsonaro e o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto no último domingo, 14.

A motivação da briga teria sido um impasse entre Valdemar e Bolsonaro sobre o controle do diretório do PL em São Paulo, que o presidente queria que fosse delegado ao filho “03”, o deputado federal (PSL-RJ), Eduardo Bolsonaro, o que foi negado por Costa Neto. O diretório estadual da sigla em São Paulo, que deve apoiar Rodrigo Garcia (PSDB), candidato de João Doria (PSDB), desafeto de Bolsonaro, na corrida pelo governo paulista.

Em nota, o presidente nacional do PL comunicou sobre o adiamento da cerimônia de filiação. Confira a nota na íntegra.

 

A “intensa troca de mensagens”, contudo, segundo o portal O Antagonista, teve troca de insultos entre Costa Neto e Bolsonaro, incluindo um “VTNC você e seus filhos” escrito pelo líder do PL ao presidente da República.

A conversa teria degringolado assim que Costa Neto afirmou que a proposta de Bolsonaro não seria atendida. “Você pode ser presidente da República, mas quem manda no PL sou eu”, teria escrito o presidente do partido ao qual Bolsonaro está prestes a se filiar.

O presidente então teria ficado enfurecido, atirado um dos mais comuns xingamentos ao futuro-quase-ex-correligionário e recebido de volta “gentileza” semelhante.

Filiação difícil – Quem acompanhou a conversa afirma que a filiação agora é vista como uma possibilidade distante. Momentos após o anúncio, Bolsonaro comentou, em Dubai, sobre a filiação e citou o problema do diretório em São Paulo, em uma fala que mostra que tem interesses diferentes de Costa Neto.

“A gente não vai aceitar por exemplo em São Paulo apoiar alguém do PSDB. Não tenho candidato em São Paulo ainda. Talvez o Tarcísio Gomes de Freitas (ministro da Infraestrutura) aceite esse desafio. Seria muito bom para São Paulo e para o Brasil, mas temos muita coisa a afinar ainda”, afirmou.

No maior colégio eleitoral do País, o PL quer apoiar a candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) ao Palácio dos Bandeirantes. Na tentativa de um acordo, a cúpula do PL sugeriu Tarcísio como candidato ao Senado por Goiás. O que não agrada aos bolsonaristas, que vetam qualquer aliança com o grupo de Doria.

Segundo Bolsonaro, a filiação só vale quando estiver assinada. “Enquanto não assinar, não vale. Você já quer saber a data da criança se eu nem casei ainda?”, disse.

Partidos do centrão – Nesta segunda-feira, 15, ainda em Dubai, Bolsonaro disse que seu prazo de espera por uma definição com o PL tem limite — e afirmou que voltou a conversar com outros partidos sobre uma possível filiação.

“Eu espero em pouquíssimas semanas, duas, três, no máximo, casar ou desfazer o noivado. Mas eu acho que tem tudo para a gente casar e ser feliz”, disse o presidente.

Com o mal estar, os partidos do centrão intensificaram a mobilização em torno de Bolsonaro como forma de “turbinar” as siglas. Valdemar Costa Neto, no entanto, pode liberar diretórios estaduais do PL (também do centrão) na eleição de 2022 para apoiarem o candidato que quiserem, como os de oposição ao governo.

Essa é uma das principais preocupações do governo Bolsonaro. Em meio às articulações para levar o presidente a se filiar ao partido, Costa Neto tem dito a bolsonaristas que vai trabalhar para reduzir ao máximo o apoio do PL a palanques opositores a Bolsonaro. No entanto, o principal cacique do PL não garante o mesmo empenho caso o presidente desfaça o “noivado” e desista de se filiar à legenda.

Isso significa, na prática, que o partido pode ter palanques regionais apoiando Bolsonaro, João Doria e, principalmente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse eventual apoio pulverizado do PL em 2022 é o motivo pelo qual ministros do governo defendem o ingresso do presidente na legenda. Para eles, o casamento entre Bolsonaro e PL inviabilizará o apoio do partido a Lula na eleição do ano que vem.

Bolsonaro, no entanto, recuou da filiação, por ora, alegando problemas em palanques estaduais, como o de São Paulo. Nos bastidores, pesou também a repercussão negativa da aliança entre Bolsonaro e Valdemar Costa Neto, que foi condenado no mensalão — esquema de corrupção que atingiu o governo Lula.

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Com informações Metrópoles, Agência Estado e Portal G1

Foto: Divulgação

 

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