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segunda-feira, julho 8, 2024

Deputados repudiam ato de Bolsonaro que revogou comenda a pesquisadores do Amazonas

Os deputados Mayara Pinheiro e Serafim Corrêa se solidarizaram com os pesquisadores Marcus Lacerda e Adele Benzaken que tiveram revogadas as indicações à Medalha de Ordem Nacional do Mérito Científico por terem contrariado o presidente Bolsonaro. Mayara participou de parte da sessão de forma remota, mesmo estando em seu gabinete na Aleam. Parlamentares pediram a revisão do sistema híbrido em razão de situações como a praticada pela deputada

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Durante sessão plenária desta terça-feira, 9/11, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), os deputados estaduais Mayara Pinheiro (Progressistas) e Serafim Corrêa (PSB), repudiaram o ato do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) que revogou a indicação à Medalha de Ordem Nacional do Mérito Científico ao médico e pesquisador Marcus Vinícius Guimarães Lacerda e à diretora da Fiocruz Amazônia Adele Schwartz Benzaken.

Participando de forma online de seu gabinete mesmo estando na Aleam, Mayara Pinheiro destacou que os profissionais sofreram medidas arbitrárias e discriminatórias por parte do presidente Bolsonaro por não concordarem, segundo ela, com a retórica defendida por ele quanto ao uso de Cloroquina contra a Covid-19. Mayara destacou a atitude de outros 21 cientistas que foram condecorados com à Medalha de Ordem Nacional do Mérito Científico, mas renunciaram a comenda e ainda emitiram uma nota de repúdio pela exclusão dos dois pesquisadores amazonenses.

“Entendo que no início da pandemia pouco se conhecia sobre o tratamento da Covid-19, inclusive eu enquanto médica defendi por alguns momentos o uso da Cloroquina, mas a partir do momento que o mundo científico divulgou resultados dos estudos feitos aqui no Amazonas e no mundo inteiro a gente precisa respeitar quem realmente entende do assunto. Eu me somo a essas vozes e digo que temos que nos unir em força e ajudar a comunidade científica que, inclusive tem perdido muita dotação orçamentária nesse governo federal”, disse a deputada.

Aparteando o discurso de Mayara, o deputado estadual Serafim Corrêa, presente em plenário, também repudiou a atitude de Bolsonaro. “Minha solidariedade aos cientistas brasileiros que foram agredidos pelo presidente da República. Me refiro em particular ao Dr. Marcus Lacerda, pesquisador da Fiocruz, nome renomado nacionalmente e internacionalmente. Foi o primeiro a desmontar a história de que a cloroquina curava tudo. Também a minha solidariedade à Dra. Adele Benzaken, que é maior autoridade brasileira em HIV”, lamentou Serafim.

Briga eleitoral em Coari – Ainda durante seu pronunciamento, Mayara Pinheiro falou sobre a suposta ameaça de morte direcionada ao irmão, o ex-prefeito de Coari Adail Pinheiro Filho (PP) que nesta segunda-feira, 8, pelas redes sociais acusou o radialista Ronaldo Tiradentes de ameaçá-lo de morte, após uma troca de mensagens entre os dois por celular.

Mayara relatou que, com esse momento eleitoral que Coari está vivendo, a família vem sofrendo atos discriminatórios e pediu para que os opositores respeitem a vontade do povo.

“O meu irmão é ex-prefeito de Coari, ele foi eleito com mais de 12 mil votos de diferença. É uma massa expressiva do reconhecimento do trabalho dele pela população coariense e isso deve ser respeitado. Então desejo que os opositores possam reconhecer isso, deixar a população escolher o seu próximo gestor municipal e respeitem a democracia brasileira. Coari e o povo coariense tem que ser respeitados”, concluiu.

Sem cabimento – Mesmo estando presente na Aleam, a deputada estadual Mayara Pinheiro participou do pequeno expediente desta terça-feira de forma remota. O presidente da casa legislativa, deputado Roberto Cidade (PV) precisou pedir para que a parlamentar se dirigisse ao plenário da Aleam para presidir uma cessão de tempo solicitada pela parlamentar.

No dia 14 de outubro, a ausência de parlamentares nas sessões em plenário foi abordada por deputados incomodados com situações como a desta terça-feira. Na ocasião, eles sugeriram a revisão da necessidade de sessões híbridas, uma vez que muitos parlamentares fazem uso indevido do recurso. Conforme as reclamações, há deputados que estão em Manaus, nos gabinetes dentro da assembleia, mas não vão ao plenário participar das sessões presencialmente.

A Aleam passou a usar o sistema híbrido no ano passado como forma de prevenção à Covid-19. Porém, com a redução dos casos da doença no Estado e as mudanças no decreto governamental, que alterou as regras relacionadas ao retorno das atividades presenciais em órgãos públicos, alguns parlamentares e trabalhadores da Casa retomaram os trabalhos de forma presencial.

Fotos:

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Por Lana Honorato

Fotos: Divulgação

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