A cidade de Nova York elegeu Eric Adams, do Partido Democrata, como seu novo prefeito nesta terça-feira, 2/11. Adams, de 61 anos, será a segunda pessoa negra no comando da cidade, a primeira foi David Norman Dinkins, entre 1990 e 1993. Nascido no distrito do Brooklyn, o novo prefeito de Nova York cresceu na região de Queens e foi criado só pela mãe, que era uma cozinheira e empregada doméstica. A mãe de Adams morreu no começo de 2021.
Adams trabalhou durante 22 anos na polícia. Em 2006, ele deixou de ser um policial. Na época, ele já era um ativista com história — em 1995, ele formou um grupo dentro da corporação chamado 100 Negros na Polícia que se Importam. O grupo tinha a justiça racial como pauta.
A partir do fim dos anos 1990, ele fez faculdade e subiu de hierarquia dentro da polícia. Nessa época, ele chegou a ser do Partido Republicano — hoje, ele afirma que foi um protesto contra o líder do Partido Democrata na segunda metade dos anos 1990.
Em 2007, ele foi eleito senador do Estado de Nova York (em alguns estados dos EUA, o legislativo estadual é bicameral). Depois disso, ele se tornou subprefeito da região do Brooklyn.
Vegetariano – O próximo prefeito de Nova York também é vegetariano. Ele afirma que adotou uma dieta sem carne desde que foi diagnosticado como diabético, em 2016, e que a mudança alimentar e uma rotina de exercícios fizeram com que a doença não ficasse evidente.
Alianças políticas – Adams afirma que constrói relações políticas de longo prazo. No Senado estadual, ele apoiou 20 projetos que se tornaram leis. Ele se envolveu nas discussões sobre uma política da polícia de Nova York, que abordava homens negros e latinos de uma forma que foi interpretada como discrimatória.
Durante seus anos no legislativo estadual, ele foi criticado por ter se envolvido com lobistas — ele também foi criticado por ter levantado dinheiro de campanha entre os ricos de Nova York.
Campanha – Nos últimos dias da campanha, o novo prefeito de Nova York debateu duas vezes na televisão com o seu rival, Curtis Sliwa, um apresentador de talk show de 67 anos do Partido Republicano. Sliwa acusou Adams de não se reunir com sindicatos policiais, disse que o democrata preferiu se reunir com ex-líderes de gangues da cidade para falar sobre o combate ao crime e criticou a obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19 para funcionários públicos.
O sindicato dos policiais havia dito que 10 mil dos 35 mil agentes da cidade seriam retirados das ruas com a obrigatoriedade da imunização contra a Covid-19. Mas, segundo o jornal “The Washington Post”, a medida afetou apenas 34 policiais.
Adams sucederá em 1º de janeiro de 2022 o também democrata Bill de Blasio, que recentemente entrou em uma série de polêmicas com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
De Blasio está no pior momento de sua popularidade, apesar de ter conseguido tirar a cidade de mais de oito milhões de habitantes do caos em que a pandemia do coronavírus a afundou.
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Com informações G1
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