Pressionado pelo senador Eduardo Braga (MDB-AL), o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL) incluiu nesta terça-feira, 26/10, no relatório final da comissão, os nomes do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) e do ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo na lista de indiciados. O senador governista Luis Carlos Heinze (PP-RS) completa a lista que, ao todo, tem 81 pedidos de indiciamento — 79 pessoas físicas e 2 jurídicas. A lista de investigados é composta por autoridades, empresários, servidores públicos, profissionais de saúde, entre outros.
“O governador e o secretário foram enquadrados e indiciados pela participação deles no episódio do Amazonas, foi isso apenas”, disse, durante entrevista coletiva antes do início da reunião do colegiado.
Durante a leitura, Renan Calheiros informou que Wilson Lima foi enquadrado nos artigos 267 e 319 do Código Penal Brasileiro.
O relatório de Renan pede o envio do parecer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao Procurador-Geral da República (PGR) e à Polícia Federal para investigar os fatos praticados pelo governador. O mesmo pedido foi feito ao Ministério Público para apurar a conduta do ex-secretário de Saúde do Amazonas.
A leitura do relatório final ocorreu enquanto o governador Wilson Lima conduzia a solenidade em que anunciou o pagamento de datas-bases, promoções e progressões de carreira a mais de 70 mil funcionários públicos do Estado do Amazonas.
Mais cedo, pelas redes sociais, o governador criticou a postura do senador Eduardo Braga e afirmou que o parlamentar age à base de ameaça e reforçou que não chegou a ser investigado pela CPI.
“Eduardo Braga está agindo da forma que os amazonenses já conhecem. À base de AMEAÇA para incluir meu nome no relatório da CPI, prometendo não votar caso não consiga o que quer. Ele quer incluir meu nome no relatório final – mesmo sabendo que não fui sequer investigado pela CPI” , escreveu o governador.
O governador reforçou ainda que a pressão de Braga se deve ao interesses do senador em participar do pleito de 2022 e por isso faz picuinhas.
“Seu interesse visa exclusivamente às eleições de 2022 e a razão da vida dele é tentar sabotar o meu governo, que vem fazendo mais em dois anos do que ele em 8. Deixa o trabalho falar, senador, e pare de picuinha”.
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Da Redação
Fotos: Reprodução das redes sociais / Divulgação / Ilustração Marcus Reis
