O parlamentar britânico David Amess, de 69 anos, morreu após ser esfaqueado durante um ato com eleitores no sudeste da Inglaterra nesta sexta-feira, 15/10. Amess recebia eleitores em uma igreja em seu distrito eleitoral, Leigh-on-Sea, a leste de Londres, no momento do atentado.
Amess era um representante do Partido Conservador, mesma legenda do primeiro-ministro Boris Johnson. Casado e com cinco filhos, foi eleito pela primeira vez ao parlamento em 1983, e nomeado cavaleiro pela rainha Elizabeth II por seus serviços públicos em 2015. O site do parlamentar lista como seus principais interesses o “bem-estar animal e questões pró-vida”.
O ataque aconteceu por volta do meio-dia (08h em Brasília), enquanto o parlamentar atendia presencialmente eleitores, em um processo chamado no Reino Unido de “constituency surgery“, na Igreja Metodista de Belfairs. Um homem de 25 anos foi detido pela polícia de Essex e preso preventivamente, apontado como único suspeito pelo crime até o momento. Uma faca foi apreendida com ele. Amess chegou a ser atendido por serviços de emergência no local, mas não resistiu aos ferimentos.
Apesar da prisão do suspeito ter sido realizada pela polícia de Essex, o serviço de contraterrorismo britânico assumiu a investigação sobre a morte do parlamentar na tarde desta sexta, a fim de determinar se o incidente pode ser considerado um ato de terrorismo e se teve a participação de algum grupo extremista em seu planejamento.
“A investigação ainda está em um estágio muito inicial”, disse o chefe da polícia de Essex, Ben-Julian Harrington.
A identidade do suspeito não foi confirmada pelas autoridades, contudo, uma fonte do governo britânico citada em anonimato pela BBC afirmou que, de acordo com as apurações iniciais, o suspeito seria um cidadão britânico de origem Somali.
Paul Gardiner, um barbeiro de 41 anos, cujo estabelecimento fica a cerca de 250 metros do local do ataque, explicou o deslocamento da polícia à France-Presse. “Há alguns helicópteros sobrevoando o local e havia uma ambulância”, disse ele. “Eu estava dirigindo para o trabalho e estacionei por volta das 12h30 (08h30 em Brasília), havia muitos carros da polícia passando por lá”, acrescentou.
Outra testemunha, Ashley Curtis, um homem de 49 anos que mora a 200 metros da igreja, disse que duas horas depois a rua ainda estava bloqueada por carros de polícia e uma ambulância.
“Ninguém poderia pensar que algo assim aconteceria por aqui”, disse ele à France-Presse. “David Amess é um cara bom. Eu o conheço e me relacionei com ele no passado”, explicou ele, considerando que o agressor teve que guardar muito rancor para entrar na igreja metodista enquanto o parlamentar recebia pessoas e realizar o atentado.
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Da Redação com informações do Estadão
Foto: Divulgação