O DEM aprovou, por aclamação, em convenção realizada nesta quarta-feira, 6/10, em Brasília, a fusão da legenda com o PSL. A nova sigla se chamará União Brasil. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda precisa aprovar o novo partido. A cúpula do DEM crê que o processo de fusão leve três meses para ser analisado pelos ministros.
A expectativa, segundo o presidente nacional do DEM, ACM Neto, é de que a fusão leve a formação da maior legenda do país. Entretanto, o processo deve levar à saída de vários filiados dos dois partidos, inclusive congressistas.
Ministro do Trabalho e da Previdência do governo Bolsonaro e filiado ao DEM, Onyx Lorenzoni votou contrário à união dos partidos e pediu para que a posição dele constasse na ata da convenção.
Mesmo com baixas nos dois partidos, o União Brasil deve contar com a maior bancada na Câmara dos Deputados. Atualmente o DEM é composto por: 28 deputados e
seis senadores, incluindo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Já o PSL é composto, atualmente, por: 54 deputados e dois senadores.
Se considerados os números atuais dos dois partidos, a fusão deixaria o União Brasil com um total de 82 deputados. A segunda maior bancada é a do PT, com 53 deputados.
No Senado, o União Brasil contaria com oito parlamentares e seria a quarta maior bancada, atrás de MDB (maior bancada, com 15 senadores), PSD, Podemos.
Bolsonaro – O presidente Jair Bolsonaro foi filiado ao PSL e estava no partido quando foi eleito, em 2018. Ele deixou a legenda em novembro de 2019 após uma série de desentendimentos com o presidente do PSL, Luciano Bivar.
A saída de Bolsonaro desencadeou uma crise no partido, dividindo as alas ligadas a ele e a Bivar. Também nesta quarta, membros do PSL votam a proposta de fusão. As reuniões dos partidos acontecem em salas vizinhas no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
No caso do PSL, a votação acontece em cédulas de papel. O resultado da apuração não havia sido encerrada.
Candidatos à reeleição – Estão na lista alguns políticos já filiados a uma das legendas, como Ronaldo Caiado (Goiás) e ACM Neto (Bahia), e também possíveis novos membros do União Brasil, como Amazonino Mendes (AM), Romeu Zema (MG) e Geraldo Alckmin (SP).
“O partido pretende nascer com toda a força nos estados. A gente calcula que deve ter entre dez e 12 candidatos a governador, todos com bastante competitividade, nomes sólidos no Brasil”, disse ACM Neto, que preside o DEM.
No Amazonas, a entrada no novo partido do veterano Amazonino Mendes, que deixou o Podemos em julho, é dada como certa para concorrer ao governo local. No Ceará, o deputado Capitão Wagner (PROS) negocia ingressar na nova legenda e disputar o governo estadual. Em Pernambuco, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, trocou o MDB pelo DEM no fim de setembro e deve ser o candidato da nova legenda.
Nas últimas semanas, Zema se encontrou com ACM e com o deputado Junior Bozzella (SP), um dos vice-presidentes do PSL. O governador de Minas Gerais está incomodado com o racha do Novo em relação a Jair Bolsonaro e pode deixar a legenda.
Alckmin também adiou sua transferência do PSDB para o PSD, de olho na possibilidade de ingressar na nova sigla. Na quarta-feira passada, se reuniu com o comando do PSL de São Paulo. O União Brasil terá os maiores fundos partidário e eleitoral, além de mais tempo de TV.
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Com informações Portal G1 e O Antagonista
Foto: Divulgação