O vereador David Reis (Avante) voltou a presidir a Câmara Municipal de Manaus (CMM) na sessão plenária desta terça-feira, 28/9, após semanas longe da tribuna da Casa. E, em um discurso descolado da realidade vivida pelo parlamento municipal, Reis deixou de lado as polêmicas envolvendo as licitações para a construção do 2º prédio anexo à CMM por R$ 32 milhões e a locação de 41 Pick-Ups por R$ 8 mil cada, para agradecer por serviços prestados pela Prefeitura de Manaus e para parabenizar os trabalhos da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp), que tem como gestor Sabá Reis, pai de David Reis.
Em um discurso de quase uma hora, David Reis foi aparteado pela maioria dos parlamentares, que aproveitaram a presença do presidente na tribuna da Casa para elogiar a atuação parlamentar dele e os trabalhos do pai secretário. O desvio de assuntos relevantes, no entanto, desagradou parte das pessoas que acompanhavam a sessão plenária pela internet.
Um internauta disse lamentar que Reis e seus pares “fiquem só na conversa mole”, com intuito de ficar “bem na foto com o povo”. Outro questionou o porquê de o presidente da Casa ter evitado os temas polêmicos. “É vergonhoso assistir alguns vereadores lamberem as botas do presidente da Casa, esquecendo seu real compromisso com as necessidades do povo. Ninguém ousa tocar no assunto indecente do puxadinho, por quê?”, comentou.
Outro internauta, que esperava por um pedido formal de desculpas do vereador, ficou indignado com a indiferença de David Reis. “Esperando de vossa parte o pedido de desculpas, perdão, pela falta sensibilidade com a situação de penúria, sofrimento, de fome que passa o povo, enquanto quer empregar R$32 milhões no puxadinho”, escreveu.
Sobre o puxadinho – A desembargadora Socorro Guedes indeferiu o pedido do presidente da Câmara Municipal de Manaus, David Reis que solicitava a suspensão da liminar concedida aos vereadores Amom Mandel e Rodrigo Guedes que suspendeu o edital de licitação para construção do anexo dois da CMM, conhecido como “puxadinho milionário”.
“Não entrevejo evidências de que o conforto ou bem-estar da população que é atendida nas dependências da CMM ache-se ameaçado caso o procedimento licitatório sub judice reste suspenso até o devido deslinde das questões suscitadas pelos Agravado”, diz um trecho da decisão da magistrada.
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Da Redação