A discussão em torno das licitações para construção do 2º prédio anexo à Câmara Municipal de Manaus (CMM) por mais de R$ 32 milhões e para locação de 41 Pick-Ups, por cerca de R$ 99 mil, foi retomada na sessão plenária desta segunda-feira, 20/9. Os vereadores Amom Mandel (sem partido) e Rodrigo Guedes (PSC) voltaram a pedir ao presidente da Casa, vereador David Reis (Avante) que envie os recursos das licitações para Prefeitura de Manaus aplicar em benefícios para a população. O presidente David Reis, porém esteve ausente, mais uma vez, da sessão plenária desta segunda-feira.
Conforme Rodrigo Guedes, o repasse de recursos de Câmaras Legislativas é prática em outros parlamentos municipais pelo Brasil, portanto, poderia, caso houvesse interesse, ser feito pela Câmara Municipal de Manaus.
“Por que não podemos devolver o dinheiro para a prefeitura, como ocorre em outras câmaras do país? Essa luta não é só minha e do vereador Amom, é um clamor da sociedade. As duas licitações dão cerca de R$ 36 milhões. Isso pagaria auxílio emergencial para quase 20 mil famílias durante um ano”, disse Guedes.
Amom Mandel direcionou seu discurso ao presidente David Reis. Mendel chamou atenção de seus pares na CMM para que também se manifestem contrários às decisões do presidente da Casa em gerar mais gastos aos cofres públicos.
“Morre o espírito público quando os representantes populares deixam de escutar a vontade do povo. Nesta segunda faço apenas um apelo, para que todos que não se manifestaram, que se manifestem. Que não assistam calados a população se contraindo e sendo humilhada. Trinra e dois milhões de reais e mais o que seria gasto com os carros seria o suficiente para construir mais uma etapa do Conjunto Manauara, com cerca de 400 casas. Vamos nos unir em prol do bem comum. Eu quero convidar todos a se manifestarem, porque não se opor ao erro é concordar com ele e não defender a verdade é atacá-la”, declarou Amom.
Ainda durante a sessão desta segunda-feira, apenas os vereadores Capitão Carpê Andrade (Republicanos), Cícero Custódio (PT) e Kennedy Marques (PMN) também se manifestaram contrários à construção do “puxadinho milionário” e ao aluguel das Pick-Ups.
Pressão popular –Após a repercussão negativa das licitações, alguns vereadores trancaram seus perfis nas redes sociais para não receberem críticas da população, bloqueando pessoas que fazem questionamentos e apagando comentários negativos.
Em seu perfil no Instagram, David Reis ativou o recurso para que não sejam feitos comentários nas postagens. Além dele, a vereadora Glória Carratte, integrante da Mesa Diretora da CMM, fechou o perfil na mesma rede social.
Entenda o caso – A abertura de licitações para contratações de empresas para locação de 41 Pick-Ups e a construção do 2º prédio anexo à CMM gerou discordância entre os parlamentares da Casa.
Na última quinta-feira, 16/9, os vereadores Rodrigo Guedes e Amom Mandel ingressaram na Justiça com uma ação popular para impedir a construção prédio anexo, batizado de “puxadinho milionário”, orçada em cerca de R$ 32 milhões. Já na sexta-feira, 17/9, o juiz Marcelo da Costa Vieira aceitou os argumentos dos vereadores e barrou a continuação do processo licitatório.
Ainda na sexta-feira, a CMM publicou no Diário Oficial da Casa, o aviso de suspensão da licitação para os aluguéis das Pick-Ups após as polêmicas geradas com mais esse custo. O pregão presencial nº 013/2021, para locação de 41 veículos previa um gasto de R$ 99.734,40 por ano com o aluguel dos veículos, ao custo de R$ 8.311,20 por mês.
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Por Lana Honorato
Fotos: Robervaldo Rocha
