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sexta-feira, julho 5, 2024

Ebulição: Aluguel de 41 pick-ups e construção do 2º prédio anexo por R$ 32 milhões causa racha e bate-boca na CMM

Os vereadores Amom Mandel, Capitão Carpê Andrade e Rodrigo Guedes se manifestaram contra a decisão do presidente da Câmara Municipal de Manaus, vereador David Reis em autorizar a construção do prédio anexo e em alugar os 41 carros para 23 comissões. Amom afirmou que vai passar um “pente fino” nos contratos que, conforme ele, não tem transparência

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A abertura de licitações para contrações de empresas para locação de 41 pick-ups e a construção do 2º prédio anexo à Câmara Municipal de Manaus (CMM) tem gerado discordância e troca de farpas entre os parlamentares da Casa. Os vereadores Amom Mandel (sem partido), Capitão Carpê Andrade (Republicanos) e Rodrigo Guedes (PSC) se manifestaram publicamente contrários a decisão do presidente da CMM, vereador David Reis (Avante), que vai gerar mais gastos aos cofres públicos.

Mesmo sem expediente formal na CMM de 1º a 12 de setembro deste ano, David Reis autorizou a realização das duas licitações e contou com o apoio da maioria dos membros da Mesa Diretora, evidenciando as prioridades do presidente da Casa em meio as demandas da cidade.

A justificativa para a contratação de empresa de serviços de locação de 41 pick-ups é para atender as 23 Comissões Técnicas Permanentes da CMM, e também ficarão à disposição da Mesa Diretora da Casa.

O Pregão Presencial nº 013/2021 que prevê a locação de 41 veículos do modelo Picape (Pick-UP), movido a combustível renovável ou tecnologia “flex”, com motor de 2.4 estima um gasto de R$ 99.734,40 por ano para o aluguel dos veículos, referente a um custo de R$ 8.311,20 por mês.

Absurdo – Pelas redes sociais, Amom Mandel, que ouvidor da CMM, destacou que o presidente da CMM estaria dificultando o acesso ao edital de informações sobre a construção do “puxadinho”. Em um vídeo enviado ao Portal O Convergente, o parlamentar classificou as licitações como absurdas, uma vez em que a cidade ainda passa por uma grave crise financeira.

“Acho um absurdo que as prioridades da CMM seja o contrato de 41 pick-ups, 41 carros de luxo, e a construção de um prédio também de luxo por um preço estimado anunciado de mais R$ 31 milhões. Eu sou membro da Mesa Diretora e não fui avisado com antecedência desse interesse da Câmara, não fui avisado porque sabiam que sou contra e sempre serei contra esse tipo de absurdo”, destacou.

Amom disse ainda que só teve acesso ao projeto da construção do prédio anexo à Câmara porque ele mesmo foi até a Comissão de Licitação da CMM pegar o documento. Ele informou que, a partir desta terça-feira, 14/9, iria fazer uma investigação minuciosa em todo o edital que foi imposta uma burocracia estranha.

“Nós estamos a partir de hoje fazendo um ‘pente fino’ em todo o edital que, suspeitamente, foi escondido e imposta uma burocracia estranha para quem tiver esse interesse de adquirir o edital. Isso é um atentado contra a transparência e eu já tomei as devidas providências dando a publicidade devida a esse edital”, afirmou.

Protesto – O vereador Capitão Carpê Andrade destacou que quando soube da licitação para o aluguel dos carros, como forma de protesto, abriu mão dessa possível regalia. Carpê é presidente da 22ª Comissão de Segurança Pública Municipal, da CMM.

“Eu achei injusto pelo fato de estarmos passando pelo momento pós-pandemia, a população ainda está sofrendo com o que está acontecendo, pessoas desempregadas e eu, como forma de protesto, vou abrir mão dessa possível regalia por entender que o momento é inoportuno e nós temos muito mais prioridades na cidade de Manaus”, disse o vereador ao enfatizar que os parlamentares já tem à disposição a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), o “Cotão”, que inclui verba destinada, inclusive, para locação de veículos.

Discordância – Os atos autorizados por David Reis resultaram em acusações de lado a lado entre os vereadores no retorno das atividades no plenário da CMM, nessa segunda-feira, 13/9. Na ocasião, o vereador Rodrigo Guedes teceu críticas à construção do “puxadinho” da Casa e foi criticado pelos pares.

Guedes também publicou em suas redes sociais um vídeo em que informa que assinou um memorando renunciando ao uso da pick-up pelos membros do seu gabinete. O vereador explicou que não participou dessa decisão, ressaltando que é um gasto exorbitante e que o aluguel dos veículos sai caro para o cidadão. O documento foi enviado ao presidente da CMM.

“Assinei esse documento no qual eu renuncio à pick-up que está sendo alugada para os vereadores da CMM e deixo claro que nem eu, nem ninguém do meu gabinete fará uso dessa pick-up que, inclusive sai caro para o cidadão. Desde que soube do assunto deixei claro que não aceitaria. Assim é a minha visão e assim entendo que respeito o cidadão de Manaus, renunciando a esse gasto público exorbitante na nossa Câmara”, declarou.

 

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Por Lana Honorato

Ilustração: Marcus Reis

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