Mais de 1,5 mil pessoas, conforme os organizadores, participaram neste Dia da Independência do 27º Grito dos Excluídos. O ato promovido por movimentos sociais da Igreja Católica contou com a participação de representantes da Cáritas Arquidiocesana de Manaus, sociais, estudantis e partidários.
O arcebispo metropolitano de Manaus, Dom Leonardo Steiner defendeu a realização do ato que visa chamar atenção para os problemas que afligem a sociedade. Ele insistiu na necessidade de fazer uma leitura da realidade e insistiu que a vida está em primeiro lugar, “não o dinheiro, não a ganância, não o prazer, não a dominação, mas a vida. A vida que somos nós, a vida que são os pobres, a vida que são os necessitados, a vida que são os doentes, a vida que são as crianças, a vida que são as mulheres, tão atacadas ultimamente, a vida dos nossos irmãos e irmãs, são os negros, os indígenas”.
O arcebispo de Manaus enfatizou que “o ser humano deve estar em primeiro lugar, mas o ser humano não vive só, ele vive com as criaturas, com a natureza”. Por isso, Dom Leonardo fez um chamado a “nos movimentarmos cada vez mais no cuidado com a natureza”, denunciando que quando não cuidamos da natureza, não estamos cuidando da vida. Isso faz com que “nós acabamos nos enterrando a nós mesmos, destruindo a nós mesmos”, segundo o arcebispo.
“O Grito dos Excluídos e das Excluídas é mais uma tentativa de fazermos ressoar as aflições e as reivindicações contra as injustiças que muitos brasileiros vivenciam. Essas pessoas que não são lembradas. Madre Teresa de Calcutá já dizia que aqueles que a sociedade não quer, nós queremos. Isto é, são as pessoas excluídas da política, da justiça”, afirmou.
Com o tema: “Vida em Primeiro Lugar”, neste ano o Grito dos Excluídos trouxe para o centro do ato os discursos contra a gestão Jair Bolsonaro e o retardo na compra de vacinas. Estudante de Psicologia, Sasha Bayma falou sobre como a vacina chegou tarde para alguns membros de sua família.
As angústias proporcionadas pelo governo Jair Bolsonaro também foram o que motivaram a representante do Fórum Permanente das Mulheres de Manaus, Antônia Barroso.
O Grito dos Excluídos e Excluídas surgiu em 1994, a partir do processo da 2ª Semana Social Brasileira, Conferência Nacional dos Bispos Do Brasil (CNBB), cujo tema foi “Brasil: alternativas e protagonistas”, que se inspirou no lema da Campanha da Fraternidade de 1995: “A Fraternidade e os Excluídos”.
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Da Redação com informações Juliana Freire e comunicação CNBB Norte 1
Fotos e áudios: Juliana Freire