Um grito por melhor qualidade de vida, direitos adquiridos e contra o desemprego. Esses serão alguns dos temas abordados no 27º Grito dos Excluídos, que vai acontecer no próximo dia 7 de Setembro, em Manaus. O movimento, que acontece todos os anos na mesma data, tem como tema este ano: “Vida em Primeiro Lugar”. A iniciativa pretende chamar a atenção da sociedade e do Poder Público quanto aos problemas enfrentados no país atualmente.
Com o lema “Na luta por participação popular, saúde, comida, moradia, trabalho e renda, já!”, o movimento organizado pelas pastorais sociais da Arquidiocese de Manaus e a Cáritas Arquidiocesana de Manaus não tem a intenção de levantar bandeiras políticas, mas reivindicar melhoria em vários segmentos da sociedade.
Foi o que explicou a presidente do Conselho de Leigos da Arquidiocese de Manaus, Patrícia Cabral, durante o quadro “Erica Lima Conversa”, do Portal O Convergente, nesta quinta-feira, 2/9. O quadro foi apresentado, excepcionalmente, pela jornalista Izabel Guedes.
Durante a conversa, Patrícia detalhou a programação do dia 7 de Setembro e esclareceu que, mesmo com o apoio de movimentos partidários contra o governo Bolsonaro, o Grito dos Excluídos não necessariamente tem como foco levantar bandeiras político-partidárias, mas alertar quanto aos problemas causados pela má gestão política na nossa sociedade.
“Todos os anos o manifesto tem um tema específico, consequentemente, associado às políticas vivenciadas na época. Esse ano estamos vivendo um cenário polarizado, não tem como dizer que está tudo bem. A gente acredita que, por isso, os movimentos contrários ao governo resolveram se juntar a nós contra o desemprego, a falta de assistência à saúde e uma série de problemas enfrentados, em sua maioria, pelas classes mais pobres”, disse a coordenadora.
Segundo ela, a ideia do Grito dos Excluídos não é causar atrito com os manifestos programados em favor do presidente Bolsonaro na mesma data, mas sim chamar a atenção da sociedade para luta por melhores condições de vida à sociedade como um todo.
“Eles sabem onde estaremos manifestando. A ideia não é conflitar e sim mostrar que a população, principalmente a menos favorecida, não está satisfeita com o que estamos vivendo hoje”, explicou Patrícia ao esclarecer que o Grito dos Excluídos acontece todos os anos na mesma data e sempre chama atenção para um tema em evidência, o que muitas vezes está atrelada as decisões políticas tomadas pelos líderes do País.
Atos e temas – O 27º Grito dos Excluídos acontecerá no dia 7 de Setembro no largo do Mestre Chico, por detrás da antiga Penitenciária Central Desembargador Raimundo Vital Pessoa, Centro. A concentração, segundo os organizadores, será a partir das 15h tendo como início das ações a partir das 16h.
Além disso, também no dia 7 de Setembro, uma bicicleata, com concentração às 15h30 ao lado do Terminal 1, Constantino Nery, vai até a Catedral Metropolitana, onde os fiéis pegarão a imagem de São José e seguirão até o largo do Mestre Chico para participar do ato central do Grito dos Excluídos, às 18h.
A ideia, segundo os organizadores, é possibilitar espaços de reflexão e formação sobre a conjuntura social, com a abordagem de temas como meio ambiente, equidade de gênero, povos indígenas, racismo e pré-conceito, saúde, vacina e combate à fome.
A expectativa é que centenas de pessoas participem do ato. O número, inclusive, deve ser uma pouco maior do que as mais de 100 pessoas que participaram do ato no ano passado. “Ano passado a gente estava na intensidade da pandemia, então não foi permitida a presença de muita gente. Este ano, como terá integração de outros movimentos sociais e partidários, a gente acredita que vai ter um grande número de pessoas”, explicou Patrícia.
Histórico – O Grito dos Excluídos e Excluídas surgiu em 1994, a partir do processo da 2ª Semana Social Brasileira, Conferência Nacional dos Bispos Do Brasil (CNBB), cujo tema foi “Brasil: alternativas e protagonistas”, que se inspirou no lema da Campanha da Fraternidade de 1995: “A Fraternidade e os Excluídos”.
A escolha do dia 7 de Setembro teve a intenção de fazer um contraponto ao Grito da Independência. No Amazonas, outros municípios devem ter uma programação referente à data. Em Manaus, o ato será unificado com todas as comunidades pastorais ligadas à igreja católica.
Confira imagens da entrevista:
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Por Izabel Guedes com informações da assessoria
Fotos: Marcus Reis