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sexta-feira, novembro 22, 2024

EUA interrompem retirada de americanos após tumulto no aeroporto de Cabul

A China foi a primeira nação a reconhecer os talibãs e afirmou nesta segunda-feira que deseja manter "relações amistosas" com o grupo extremista, que tomou o poder no Afeganistão depois do colapso do governo do país.

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Após o Taleban reassumir o controle do Afeganistão, um tumulto no aeroporto de Cabul deixou ao menos dez mortos nesta segunda-feira, 16/8, quando uma multidão tentava embarcar em aviões para deixar o país. O grupo invadiu a pista de decolagem e pessoas se penduraram nas aeronaves em movimento, como mostram vídeos em redes sociais.

Por causa do tumulto, os EUA interromperam temporariamente os voos de retirada de pessoas de Cabul, capital do Afeganistão, segundo uma autoridade americana à agência de notícias Reuters.

A decisão foi tomada para retirar as pessoas que invadiram a pista do aeroporto internacional, segundo a autoridade, que falou à Reuters sob condição de não ter a identidade revelada. Não foi informado quanto tempo duraria a pausa.

O vice-conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jon Finer, afirmou que o país vai se concentrar em proteger o aeroporto e enviar forças adicionais ao local. O tumulto no aeroporto internacional de Cabul deixou mortos e causou o cancelamento de todos os voos comerciais.

De acordo com um fonte militar ouvida pela Associated Press, os EUA e o Taleban entraram em acordo para garantir a operação de retirada americana do aeroporto de Cabul sem interferência do grupo insurgente. O acordo foi firmado em um encontro cara a cara entre o general Frank McKenzie e líderes do Taleban em Doha, no Catar, no domingo. As duas partes concordaram com um “mecanismo de deconflicção”, no qual a operação de retirada pode continuar sem interferência do novo governo.

De acordo com um repórter do canal de notícias afegão TOLOnews, três pessoas morreram após se esconderem em uma das rodas e na asa de um avião e caírem em telhados de casas. Vídeo publicado nas redes sociais pelo jornal The New York Times mostra a correria da multidão para chegar à pista do aeroporto e o momento em que um avião que se prepara para decolar fica cercado de pessoas tentando fugir do país.

As pessoas estão tentando deixar o país após o Taleban tomar a capital Cabul e voltar ao poder depois de 20 anos. O presidente fugiu do Afeganistão e o palácio presidencial foi tomado no domingo, 15.

Durante o tumulto, tropas dos EUA, que estavam no aeroporto para ajudar os cidadãos americanos a embarcarem, atiraram para o alto. “A multidão estava fora de controle”, afirmou um oficial à Reuters. “O disparo foi feito apenas para neutralizar o caos.”

Países fazem apelo – Os Estados Unidos e mais 60 países emitiram um comunicado conjunto neste domingo, 15/8, pedindo que cidadãos afegãos e estrangeiros tenham permissão para deixar o país se assim desejarem. Ao longo do domingo e da manhã desta segunda-feira, um tumulto no aeroporto de Cabul deixou mortos e feridos.

“Devido à deterioração da situação de segurança, nós apoiamos, estamos trabalhando para garantir e pedimos que todas as partes respeitem e facilitem a saída segura e ordenada de estrangeiros e afegãos que desejam deixar o país”, diz o texto divulgado pelo Departamento de Estado americano.

O Brasil não está entre as nações signatárias do documento. A lista inclui, entre outros países, França, Alemanha, Reino Unido, Portugal, Canadá, Japão, Coreia do Sul e Catar. Entre os governos sul-americanos, Chile, Colômbia, Paraguai e Guiana assinam o texto.

O comunicado pede que estradas, aeroportos e postos de fronteiras permaneçam abertos. “O povo afegão merece viver com segurança, proteção e dignidade. Nós, da comunidade internacional, estamos prontos para ajudá-los”, conclui.

Nesta segunda-feira, 16, um dos porta-vozes do Taleban disse à Reuters que ainda é cedo para afirmar como o grupo vai governar o Afeganistão. “Nós queremos que todas as forças estrangeiras deixem o país antes de começarmos a reestruturar a governança.”

China deseja relações amistosas – A China afirmou nesta segunda-feira que deseja manter “relações amistosas” com o grupo extremista Talibã, que tomou o poder no Afeganistão depois do colapso do governo do país.

A China e o Afeganistão são países vizinhos e têm 76 quilômetros de fronteiras comum.

A China “respeita o direito do povo afegão a decidir seu próprio destino e futuro e deseja seguir mantendo relações amistosas e de cooperação com o Afeganistão”, afirmou à imprensa a porta-voz da diplomacia chinesa, Hua Chunying.

“Os talibãs indicaram várias vezes a esperança de desenvolver boas relações com a China”, completou a porta-voz, antes de afirmar que a embaixada chinesa em Cabul “continua funcionando normalmente”.

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Com informações O Estado de S.Paulo e Portal G1

Fotos e vídeos: Divulgação / Redes Sociais

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