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quinta-feira, novembro 21, 2024

Pioneirismo, atuação feminina e desafios da gestão foram temas debatidos com a presidente da OAB-AM, Grace Benayon

Grace irá encerrar sua passagem pela presidência da seccional Amazonas no final deste ano, mas deixa um legado importante na gestão da Ordem e na interlocução com outros órgãos públicos em um momento delicado no Estado, que foi a crise pandêmica durante a segunda onda

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A primeira mulher a presidir a Ordem dos Advogados (OAB-AM) do Amazonas, Grace Benayon foi a convidada do “Erica Lima Conversa” desta semana. Durante o bate-papo, a advogada falou sobre os desafios de estar à frente da seccional Amazonas, sobre a importância da representatividade feminina, sobre pandemia e falou sobre alguns projetos que devem ser implementados no OAB Amazonas até o final do ano.

Graduada como bacharel em Direito aos 21 anos, a advogada assumiu o comando do órgão a partir de 1º de janeiro de 2021, na vacância de Marco Aurélio Choy, que deixou o comando do órgão para assumir a Procuradoria Geral do município de Manaus. Grace é a primeira mulher a presidir uma seccional da OAB entre as 27 unidades da Federação.

“Nós somos um pouco mais do que homens inscritos na nossa OAB a nível nacional, são 600 mil mulheres, mas as mulheres já passaram um pouquinho nesse percentual e a gente sabe que isso mais do que nunca tem uma importância com relação a representatividade feminina. Eu fico feliz em poder representar não só a advocacia amazonense, mas toda a advocacia feminina”, disse a presidente.

Segundo ela, no período em que o Amazonas passou pelos momentos mais difíceis da pandemia de coronavírus, a OAB-AM, em parceria com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), angariou meio milhão de reais em doações para capital e municípios do Amazonas. Além das doações, o órgão fez contato com intuições, conselhos de saúde e Zona Franca de Manaus (ZFM) para a união de forças em prol da população do Estado.

“Nós fizemos a interlocução com a Suframa, as indústrias que são muito importante para o Estado do Amazonas, seja para conseguir apoio de oxigênio, para logística ou mesmo para remanejar ou garantir o fortalecimento da nossa indústria e comércio. Contatamos todas as instituições e conselhos de saúde, fizemos a interlocução e todos se uniram à OAB para apresentarmos para os governos estadual, municipal e federal sugestões e apoios. De mãos dadas conseguimos muita coisa”, relembrou.

Segurança dos advogados – Sobre a agressão da advogada Patrícia Pereira da Silva que, recentemente, foi atacada por policiais ao ser impedida de entrar na 6ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) para acompanhar um caso de flagrante, no bairro Adrianópolis, a presidente do órgão disse que a OAB não poderia deixar de fazer desagravo público, além de tomar as medidas judiciais e administrativas cabíveis.

“Nós tivemos uma colega advogada que sofreu uma violação de suas prerrogativas no efetivo exercício da advocacia, além disso, ela também sofreu uma agressão física. Ela foi impedida de entrar para acompanhar o flagrante de seu cliente, portanto, um cidadão que precisava de um profissional para resguardar e garantir o seu direito. Se um advogado sofre uma violação das suas prerrogativas, imagina um cidadão comum que não tem advogado que não tem condição de se defender”, criticou.

Eleições OAB – Segundo a presidente, para as próximas eleições uma resolução aprovada pelo Conselho Federal estabelece paridade de gênero e política de cotas raciais nas eleições da OAB. A ideia é que a nova regra diminua a sub-representação de mulheres e negros no alto escalão da ordem. Só estarão aptas a participar das eleições chapas com 50% de mulheres e 30% de negros – a norma, que foi aprovada em dezembro, entrou em vigor em abril.

“A representatividade desse momento, como primeira mulher do amazonas a presidir uma seccional, a única a nível nacional, tem encorajado muitas mulheres. Aqui no Estado do Amazonas nós vivemos num momento totalmente diferenciado com uma Ordem dos Advogados que sai na frente, que serve de farol, de paradigma para mostrar para todos os outros estados que somos capazes. Falta pouco tempo para a conclusão do meu mandato, mas tenho certeza que deixo legados da minha passagem pela presidência da seccional Amazonas”, finalizou.

Confira a entrevista: 

Confira o podcast:

Confira as fotos:

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Por Juliana Freire

Fotos e vídeo: Marcus Reis

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