“Eu acompanharei o Amazonino aonde ele for!”, declarou o deputado estadual Wilker Barreto, ao anunciar que não é mais o presidente do diretório estadual do Podemos e que também irá se desfiliar da sigla. O deputado estadual Abdala Fraxe será o novo presidente do Podemos no Amazonas.
O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa, realizada na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), e contou com a participação do líder do Podemos na casa legislativa, deputado Dermilson Chagas e dos vereadores Amom Mandel e Professora Jacqueline, que também anunciaram a saída do partido.
Na ocasião, Wilker Barreto explicou indignado que estava saindo da sigla após ser comunicado pela presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, que a sigla não fará mais oposição à gestão do governador Wilson Lima (PSC). “O Podemos no Amazonas, como todos sabem, faz oposição ao governo do Amazonas, agora passará a compor o arco de aliança do governo do Estado. Com esse comportamento não temos condição de ficar na agremiação”, informou.
Wilker destacou que, ainda enquanto presidente do Podemos, entregou a todos os filiados da sigla a carta de liberação do partido. “Entreguei a todos os filiados a carta de liberação, para que cada mandatário possa escolher o seu melhor caminho, porque aquilo que acreditávamos que o Podemos era, um partido orgânico de conceito, no Amazonas reflete que não”, disse.
Barreto declarou, ainda, que a decisão de sair do Podemos é definitiva. “Estou comunicando, e a minha condição é irrevogável, mesmo que tivesse um retrocesso eu não aceitaria mais ficar no Podemos. Podemos para mim já é passado”, destacou Wilker.
Barreto informou ainda que já solicitou sua carta de liberação da presidência nacional do partido e que vai para onde o ex-governador do Estado, Amazonino Mendes for. O ex-governador Amazonino Mendes deve ser filiar nos próximos dias ao Democratas.
Já o deputado Dermilson Chagas classificou a atitude da direção nacional do Podemos como infantil. “No momento tão delicado que vivemos no nosso Estado, no nosso país, estamos vivenciando uma atitude infantil, juvenil. Digo isso, porque nessa legislatura vi tirarem partido de outros colegas deputados porque não conseguiram seus objetivos. Estão tirando o Podemos dos seus deputados e vereadores com um objetivo. Fica o Podemos uma casa vazia, desmoralizada. É um desgaste moral e ético”, declarou.
Desfiliação – Além dos deputados Wilker Barreto e Dermilson Chagas, os vereadores Amom Mandel e Professora Jacqueline também anunciaram a saída do Podemos. Conforme Dermilson, ele ainda não definiu para que partido irá, disse apenas que tem mantido várias reuniões e que não descarta nenhuma possibilidade neste momento.
“Não estou descartando nenhuma possibilidade. Estou mantendo reuniões e hoje mesmo, antes desta coletiva, estive reunido com o ex-governador Amazonino Mendes”, falou.
Amom explicou que, para ele, a sigla não serve mais para que possa desenvolver seus projetos, destacando que, no momento, ainda não tem planos de se filiar a uma legenda específica.
“Também estou deixando o Podemos. No meu caso, quando me filiei ao Podemos fiz isso porque tive a maior abertura dentre todos os partidos para desenvolver meu projeto para a juventude e, nesse momento, enxergo que o Podemos não serve mais aos bons propósitos e à boa política que eu planejei, e não se encaixando mais nessa plataforma política que carrego decido deixar o partido”, comunicou.
A vereadora Professora Jacqueline destacou, ao informar que também estava deixando a sigla, que a conduta da presidente nacional do Podemos, Renata Abreu a deixou surpreendida e decepcionada. “Considerando a situação eu não me vejo em condições de permanecer em um partido que não respeitou aqueles que acreditaram na sua ideologia. Isso me surpreendeu de uma forma muito negativa. Repudio essa conduta”, pontuou.
A vereadora informou que não definiu ainda em qual partido irá se filiar. “Vou analisar, verificar as alternativas viáveis de um partido com os ideais que compartilho. Partido não tem preço, tem ideologia”, disse.
CPI – Questionados sobre o impacto na CPI da Asfixia, caso seja instaurada, com a decisão dos deputados em deixar o Podemos, os parlamentares informaram que irão participar. “Nós retiramos ontem as assinaturas da CPI da Pandemia e fizemos um adendo incluindo que sejam investigados os contratos”, disse Barreto.
A CPI da Asfixia foi proposta pelo deputado estadual Delegado Péricles (PSL) na última terça-feira, 6/7, durante sessão na Aleam. Na ocasião, a apresentação da nova proposta de comissão pegou de surpresa os deputados Dermilson e Wilker, que foram coautores da CPI da Pandemia juntamente com o deputado Péricles.
A CPI da Pandemia, de autoria de Dermilson Chagas, faltava apenas uma assinatura para ser instaurada e os deputados do Podemos já davam como certa a aprovação da comissão. A proposta de Péricles causou indignação nos dois parlamentares, o que gerou discussão e troca de acusações no plenário.
Assinaram a CPI da Asfixia até o momento os deputados Delegado Péricles (PSL), Serafim Correa (PSB), Sinésio Campos (PT), Ricardo Nicolau (PSD), Dermilson Chagas, e Wilker Barreto.
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Por Lana Honorato
Foto: Márcio Glayson