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sábado, novembro 23, 2024

Representante amazonense no Conselho Nacional de Saúde alerta sobre óbitos maternos causados pela Covid-19

Levantamento do Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres (CNDM) aponta que ocorreram 453 óbitos maternos no Brasil em 2020. De acordo com ela, de janeiro a abril deste ano, 526 mulheres morreram grávidas ou em estado de amamentação vítimas de Covid-19

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Membro do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e atuante nos movimentos sociais femininos, a presidente da União Brasileira de Mulheres (UBM), Vanja Santos participou do quadro “Erica Lima Conversa”, do Portal O Convergente. A participação do CNS no enfrentamento à Covid-19 e a busca de vacinação para mulheres grávidas e em processo de amamentação foram os temas abordados.

Durante a conversa, Vanja Santos falou sobre o encontro com o recém empossado ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Conforme ela, em visita formal do CNS ao ministro, o tema central da reunião foi a ampliação da cobertura vacinal contra a Covid-19. Como representante da UBM, a filósofa aproveitou o encontro para tratar sobre a situação da mulher na pandemia, em especial, grávidas e mulheres em processo de amamentação.

Ex-ministro – Diferentemente de seu antecessor no Ministério da Saúde, Eduardo Pazuello, que na época suspendeu as aplicações de vacinas em gestantes após o óbito do feto e da mãe dias após a aplicação da vacina AstraZeneca sem que fosse feita qualquer tipo de investigação mais detalhada, o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga se colocou à disposição da continuação de estudos sobre possíveis contraindicações.

“Não foi feito um estudo detalhado e não houve conversas com os movimentos sociais e laboratórios. Não teve o avanço nessa conversa para que a gente pudesse, de uma forma mais certeira, liberar a vacina para as mulheres grávidas. Agora o ministro Queiroga se colocou muito à disposição de continuar os estudos”, disse a representante.

Óbitos maternos – Conforme Vanja, que também é membro do Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres (CNDM), um levantamento aponta que ocorreram 453 óbitos maternos no Brasil em 2020. De acordo com ela, de janeiro a abril deste ano, 526 mulheres morreram grávidas ou em estado de amamentação vítimas de Covid-19. O Conselho contabilizou, até o momento, aproximadamente mil óbitos de grávidas pelo coronavírus.

“É muita coisa! Isso significa uma legião de órfãos. O Brasil assinou um tratado se comprometendo com a diminuição do óbito materno. Porém, desde 2018, o empenhado pelo Governo Federal para a saúde da mulher é de pouco mais de 1/3 do que deveria ser no orçamento. A saúde da mulher é um dos piores quadros de desinvestimentos do Sistema Único de Saúde (SUS)”, criticou.

Governo Federal – Apesar da declaração do atual ministro da Saúde em favor da vacina, Vanja Santos criticou o posicionamento do governo Jair Bolsonaro por não coordenar um plano efetivo para o combate ao coronavírus entre os Estados brasileiros. Segundo ela, o Plano de Enfrentamento à Pandemia Covid-19, produzido pelo CNS junto com entidades científicas e acadêmicas, inicialmente com Pazuello, não teve atenção do Ministério de Saúde.

“Os Estados tiveram que cada um tomar suas iniciativas para combater a Covid-19. Um exemplo disso é o Amazonas, que enfrentou e ainda enfrenta situações graves com a falta de planejamento. O Amazonas, na minha opinião e na de vários cientistas e pesquisadores, foi um laboratório que chegou a esse quantitativo de mortes”, disse.

CPI da Covid – Recentemente o presidente do CNS, Fernando Pigatto entregou aos senadores uma série de documentos e recomendações que foram emitidas pelo Conselho durante o período da pandemia, mas ignoradas pelo Governo Federal.

Entre os documentos está o subsídio referente ao Plano Nacional de Enfrentamento à Pandemia da Covid-19, entregue ao relator da comissão, senador Renan Calheiros (MDB-AL), que utilizou parte das informações para questionar o ministro Queiroga durante o depoimento prestado à CPI no dia 8 de junho.

Confira a entrevista:

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Por Juliana Freire

Ilustração: Marcus Reis.

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