Candidato a prefeito de Manaus nas últimas eleições, o engenheiro e militar Romero Reis (Novo) foi o entrevistado do quadro Debate Político, do Portal O Convergente. Na entrevista à apresentadora e pesquisadora Erica Lima, Romero defendeu a política aplicada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), fez críticas as gestões políticas do Estado, atuais e anteriores, e falou sobre uma possível candidatura ao governo do Estado no ano que vem.
Romero destacou em sua fala os problemas que comerciantes do centro da cidade tem enfrentado em decorrência da subida das águas do rio Negro, sobretudo, durante a maior cheia registrada na história do Amazonas. No decorrer da entrevista, ele também fez críticas a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que favoreceu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para ele, a decisão foi errônea e absurda.
“O que aconteceu agora no STF, que absolveu o ex-presidente Lula, é um absurdo. Esse homem foi condenado em primeira instância, em segunda instância e em terceira instância por tribunais diferentes, por pessoas diferentes com testemunho e tudo mais. Cinco anos depois essas sentenças foram reformadas. Olha o imbróglio judicial que submeteu o país, isso é uma inversão total da Justiça e não posso concordar com isso”, explicou.
Questionado sobre a atuação do atual presidente Jair Bolsonaro na condução do Brasil, Romero disse que “como cidadão e não como um político partidário” acredita que em 2018 o Brasil entrou no rumo que deveria.
“Um rumo de prosperidade e fruto de trabalho. O Estado não pode usar o dinheiro da maneira populista como a esquerda vinha usando, tendo comportamentos que não são adequados e por essa razão eu votei Bolsonaro em 2018. Não sou defensor do Bolsonaro, sou defensor das ideias que ele pratica. Não é fácil. Ele enfrentou um parlamentarismo branco nos dois primeiros anos de seu mandato. Não praticou e não admitiu de forma alguma a corrupção. Atuou duramente para que isso não acontecesse, não desviou dinheiro público. Portanto, acho que esse governo tem rumo. É perfeito? Não, o Bolsonaro está longe de ser uma pessoa perfeita, mas é uma pessoa correta, que ama esse país e quer fazer uma coisa corretamente”, opinou.
Eleições e apoio – Durante a entrevista Romero falou também sobre a importância da política quando usada da forma correta e não descartou a possibilidade de ser candidato nas próximas eleições. “Coloco o meu nome à disposição. Não tenho pretensão nenhuma em ser político de carreira, mas entendo que isso pode ser fruto de uma aliança e estratégia. Coloco o meu nome à disposição da direita não impondo o meu nome como candidato ao Senado, a governo do Estado, deputado estadual ou federal, eu sou um instrumento. Me coloco a disposição da direita para vir aonde eu possa jogar melhor e onde eu seja capaz de transformar a sociedade”, disse.
Ele, que se intitulou um homem de direita, acredita que a prosperidade vem através do trabalho. “Não tem outra maneira. Aliás, quem acha que vai ficar bem de vida desviando recurso público precisa lembrar que isso é crime. Esses sim são os verdadeiros genocidas, desviando dinheiro da saúde, quando desvia dinheiro das licitações, quando cobra propina para pagar os fornecedores”, criticou ao afirmar que ações como essa tiram a capacidade de investimentos em outras áreas sociais.
Questionado sobre apoio ao atual presidente da República e possível diálogos mantidos com Coronel Menezes (Patriota), que se autodenomina coordenador da campanha do presidente à reeleição, Romero disse não falar pelo Coronel, mas reforçou ser preciso haver união de forças.
“Posso falar por mim. Nós não vamos conseguir alcançar o êxito no poder legislativo ou no executivo sem alianças, sem uma estrutura partidária que pense da mesma forma. Acho que na eleição passada houve uma divisão da direito por conta de egos de pessoas que não estavam preparadas para serem candidatas. Agora, nessa próxima eleição, eu espero que haja uma convergência, que haja uma discussão”, opinou.
Ouça a entrevista:
Pandemia e cheia – Romero falou sobre o atual cenário do Estado do Amazonas e da capital Manaus tanto em relação a cheia dos rios, como sobre as ações feitas na área da saúde, sobretudo, na pandemia. Ele defendeu a vacinação como primordial para o combate à Covid-19.
“Sempre defendemos que o caminho era a vacinação. Eu sempre defendi que o lockdown não ia resolver o problema, o que ia trazer o conforto era a vacinação. Especialmente em uma cidade como Manaus, que tem pessoas que vivem do serviço informal”, falou ele ao afirmar que o fechamento do comércio e de outros setores empresariais causou problemas econômicos no Estado.
Além da vacina, Romero defendeu o uso da máscara e o distanciamento social para evitar a proliferação do contágio, caso contrário Manaus pode repetir o cenário de janeiro deste ano, quando houve uma explosão no número de casos de Covid.
Conforme ele, somado a isso ainda há os problemas relacionados a má gestão da saúde nesta e em gestões anteriores. “Há décadas os gestores que estão à frente da prefeitura e do estado desviam dinheiro da saúde. Quando a população mais precisou chegamos ao ponto de faltar oxigênio e as pessoas morrerem. Isso é uma vergonha. E é por isso que nas próximas eleições as pessoas têm que pensar muito bem na poderosa arma que possuem, que é o voto”, afirmou.
Romero defendeu que as pessoas precisam buscar, através do voto, bandeiras estruturantes e pessoas que sejam capazes de defender projetos de Estado e não de partidos políticos. Para ele, isso ajudaria a resolver problemas antigos da cidade, como os impactos causados pela cheia dos rios.
“Você vê agora o que acontece no centro de Manaus. É um problema que acontece há séculos aqui. Desde que as águas passaram a ser monitoradas, tem enchente lá no centro. E porque que acontece isso? Porque os gestores públicos nunca quiseram resolver. Solução técnica tem. É só colocar um sistema de comportas para impedir que quando o rio Negro subir as suas águas que vêm pelo duto sejam impedidas de entrar”, opinou ao afirmar que a falta de planejamento gera desperdícios de dinheiro público.
“É maromba, madeira, passarela, sacos de areia, dinheiro do contribuinte que todo o ano é gasto sem trazer solução. Só convivendo com o problema que pode ser resolvido. Só com a economia de cargos comissionado você é capaz de pagar esse serviço em um ano. Solução tem, basta você ter boa vontade e querer realizar”, finalizou.
Veja imagens da entrevista:
Confira a entrevista na íntegra:
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Por Izabel Guedes
Foto: Marcus Reis