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sexta-feira, novembro 22, 2024

Marcellus Campêlo desmente Pazuello sobre alerta de falta de oxigênio em Manaus

Ex-secretário de Saúde disse que entrou em contato com o ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello, dia 7 de janeiro. Em depoimento na CPI, Pazuello afirmou só ter sido comunicado dos fatos dia 10 de janeiro

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O ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo afirmou, durante seu depoimento na CPI da Covid, que informou ao Ministério da Saúde sobre a crise de falta de oxigênio em Manaus no dia 7 de janeiro. A informação teria sido repassada diretamente ao ex-ministro da saúde Eduardo Pazuello, por meio de uma ligação. A afirmação, desmente a informação dada por Pazuello de que o Ministério da Saúde só teve conhecimento dos fatos no dia 10.

Na ligação, Campêlo também disse ter pedido uma ação de apoio logístico para o transporte de oxigênio para a capital. “Fiz ligação para ministro Pazuello no dia 7 de janeiro explicando a necessidade de trazer oxigênio, com apoio logístico, a pedido da White Martins. A partir daí nós fizemos contato com o Comando Militar da Amazônia, a pedido do ministro, para fazer esse trabalho logístico. Mandamos ofícios a partir do dia 9 de janeiro. Enviamos diariamente ofício ao MS pedindo apoio em relação a essa questão da logística do oxigênio”, revelou.

Ao ser questionado sobre as respostas enviadas por meio do Ministério da Saúde, o ex-secretário titubeou e disse, de forma indecisa, não ter conhecimento se houve resposta. “Não houve resposta que eu saiba, presidente”.

A indecisão, presente em boa parte de suas respostas, gerou críticas por parte de alguns senadores que reclamaram do comportamento do ex-secretário ao não saber se posicionar e nem responder aos questionamentos.

“Doutor Marcellus isso é lamentável. Incompetência, falta de planejamento. Lamentável. Tem horas que a gente fica sem saber o que dizer, porque são tantas as questões e sempre a respostas que o senhor Marcellus nos dá é que não sabe”, criticou o senador Eduardo Braga (MDB), após não ter seus questionamentos respondidos de forma direta.

Em um deles, o senador falou sobre as usinas de oxigênio que, segundo ele, não foram compradas pelo Governo do Estado e afirmou, ao ler a cópia de uma carta enviada pela White Martins, que o Governo do Amazonas sabia sobre a falta de demanda de oxigênio nos hospitais desde julho do ano passado. Em tom exaltado ele questionou Campêlo.
“Quantas usinas vocês compraram com o dinheiro do Estado? Nenhuma foi feita pelo Governo do Estado com o dinheiro que estava em caixa”, afirmou Braga.

Campêlo, antes de ser interrompido pelo senador, disse apenas que na época, o Estado não comprou usinas de oxigênio. “Nessa época nós não compramos usinas. Nós temos processo de compra”, disse ele antes de ser interrompido mais uma vez por Eduardo Braga.

“Nenhuma é do Governo do Estado, por isso perguntei para a vossa senhoria ou engenheiro ou senhor secretário”, debochou ao falar sobre as usinas de oxigênio adquiridas após a crise vivenciada, em janeiro, com a falta de oxigênio no Amazonas.

O senador Omar Aziz (PSD) também questionou o ex-secretário quanto as usinas de oxigênio existentes no Amazonas. “Se houver uma crise como teve em janeiro, nós não estamos preparados então para fornecer oxigênio para o Estado? Não foram compradas usinas para os hospitais? O Estado tem dinheiro para comprar e nós sabemos disso. O Estado, depois de toda a crise não ter comprado usinas para ter colocado nesses hospitais, isso é uma temeridade muito grande”, opinou Aziz.

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Por Izabel Guedes

Fotos: Divulgação/Senado

Confira imagens da CPI: 

 

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