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sexta-feira, novembro 22, 2024

Guedes afirma que Estado ‘quebrou’ e que será ‘impossível’ atender demanda da saúde

Ministro da Economia deu declaração durante reunião do Conselho de Saúde Complementar. Ele citou transferência de recurso para que população busque atendimento onde preferir

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira, 27/4, que o Estado “quebrou” e que, diante da escassez de recursos, o setor público não terá capacidade de atender à demanda crescente por atendimento na área da saúde.

Guedes deu a declaração durante reunião do Conselho de Saúde Complementar. “O Estado quebrou”, disse o ministro. “Todo mundo vai procurar serviço público, e não há capacidade instalada no setor público para isso. Vai ser impossível”, declarou.

De acordo com o ministro, não foi a pandemia que tirou a capacidade de atendimento do setor público, mas sim “o avanço na medicina” e “o direito à vida.”

“Todo mundo quer viver 100 anos, 120, 130 [anos]”, declarou Guedes. Segundo ele, “não há capacidade de investimento para que o Estado consiga acompanhar” a busca por atendimento médico crescente.

Teto de gastos – Antes mesmo da pandemia, estudo da Secretaria do Tesouro Nacional já apontava a necessidade de gastos adicionais em saúde entre 2020 e 2027 devido ao envelhecimento populacional.

“Há uma forte pressão para elevação das despesas [em saúde] em decorrência do processo de envelhecimento da população, dado que a população de maior idade demanda proporcionalmente mais serviços de saúde”, avaliou a instituição, no começo do ano passado.

A regra do teto de gastos, porém, impediu um aumento das despesas na área de saúde em 2019, antes da eclosão da pandemia do coronavírus. Naquele ano, R$ 9,05 bilhões deixaram de ser empenhados para essas despesas, de acordo com o Tesouro Nacional.

Em 2020, com o início da crise de saúde pública, foram gastos R$ 42,7 bilhões a mais no setor. Neste ano, o governo vem liberando gastos pouco a pouco por meio de créditos extraordinários. O teto de gastos vale por 20 anos, com possibilidade de revisão a partir de 2026.

No ano passado, o governo publicou um decreto que permitia ao Ministério da Economia realizar estudos para a inclusão das Unidades Básicas de Saúde (UBS) dentro do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI), o que foi interpretado como uma privatização do Sistema Único de Saúde (SUS).
Após reações à proposta, Bolsonaro optou por revogar o decreto.

Corrupção – Guedes também afirmou que o poder público no Brasil gasta demais, sofre com corrupção e não sabe gerir bem o dinheiro público. E disse prever que, no futuro, o setor privado vai responder pela maior parte do atendimento na área da saúde no país.
O ministro citou ainda a possibilidade da criação de “vouchers” (vales), pagos pelo governo à população para que ela receba atendimento de saúde na rede privada.

“Você é pobre, você tá doente, tá aqui seu ‘voucher’. Vai no [hospital Albert] Einsten, se você quiser. Vai aonde você quiser, tá aqui o ‘voucher’. Se quiser, você vai no SUS”, disse Guedes.

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Foto: Divulgação

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