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quinta-feira, novembro 21, 2024

Vereadores divergem sobre decisão do Governo do Estado em fechar bares do Eldorado

Parlamentares questionaram o porquê da medida ter sido direcionada para a Praça do Eldorado, quando em outras áreas da cidade também ocorreram irregularidades semelhantes.

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Um dia após o governador, Wilson Lima (PSC) mandar fechar por 15 dias os bares e restaurantes da Praça do Caranguejo, Conjunto Eldorado, bairro Parque Dez de Novembro, os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) repercutiram o tema. Entre críticas e divergências, grande parte dos parlamentares concordou que a medida foi exagerada e arbitrária, sobretudo, porque foi direcionada apenas para aquela área da cidade, quando o descumprimento do decreto de distanciamento social foi observado em outras zonas da cidade.

O vereador William Alemão (Cidadania), que também é empresário do ramo de bares e restaurantes, defendeu a classe empresarial e afirmou que a decisão do governador foi exagerada. Segundo ele, nem todos os empresários do local deveriam ser culpados pelo “erro do vizinho”.

“Ali muitos estavam de forma a cumprir o decreto. Achei exagerada a decisão. Acredito que podemos chegar a um acordo, podemos flexibilizar alguma coisa e culpar quem seja culpado. O empresário que não esteja respeitando, esse sim deve ter o estabelecimento fechado”, disse o parlamente reforçando que não é favorável a aglomeração e ao descumprimento o decreto.

Sobre a medida do chefe do executivo estadual, o vereador Rodrigo Guedes (PSC) questionou quanto ao fechamento dos estabelecimentos na Praça do Caranguejo e a permanência de estabelecimentos da mesma modalidade abertos em outras áreas da cidade. Para ele a situação precisa ser revista imediatamente.

“O que não pode é os empresários do Vieiralves funcionarem e eles não. Óbvio que houve o descumprimento do decreto, mas não foram todos. Concordo que a praça em si não deve ser usada, mas na parte de dentro dos estabelecimentos pode sim funcionar. Então a gente precisa levar essa proposta ao governo, que é a mais justa com o empresário”, opinou.

Advogado de alguns empresários e locatários da Praça do Caranguejo, Sérgio Ribeiro esbravejou em entrevista à imprensa contra a decisão do governador, Wilson Lima.

“As decisões vêm todas de cima para baixo. O trabalhador é humilhado de todas as formas, não consegue trabalhar. Esse decreto arbitrário, antipático e vem de uma pessoa que comprou respirador em loja de vinho. Ele não merece credibilidade e o Superior Tribunal de Justiça deveria tomar uma providência”, afirmou o advogado.

Decisão – Pela decisão do governador, os bares da Praça do Eldorado devem ficar fechados por 15 dias por terem descumprido o decreto estadual que prevê horário de funcionamento, restrição de público e distanciamento social. A interrupção das atividades dos estabelecimentos comerciais do local foi apoiada pelo vereador, Wallace Oliveira (Pros) que justificou que “todos sabiam sobre as medidas de prevenção previstas no decreto”.

“A atitude que o governador tomou foi a mais correta. Era inadmissível o que estava acontecendo, existem normas. Ninguém ali pode dizer que não foi avisado. A decisão foi necessária. Se vier a terceira onda, aquelas pessoas vão nos culpar, culpar o governo, mas não vão lembrar que contribuíram com o que aconteceu naquele fim de semana”, afirmou.

Fiscalização – Os parlamentares foram unânimes em cobrar fiscalizações mais intensas em outros pontos, como flutuantes que funcionam como restaurantes, por exemplo. Eles também cobraram a população a ter mais consciência quanto suas responsabilidades.

Outro ponto levantado como crítica pelo vereador, Elan Alencar (Pros) foi quanto a atuação da Polícia Militar para impedir os descumprimentos. A fala do parlamentar foi criticada pelo colega vereador, Capitão Carpê Andrade (Republicanos).

“Muita gente quer politizar essa situação. Porém eu acho que a polícia, os órgãos de segurança, poderiam estar lá no sábado para fazer cumprir o decreto. Nessa parte de fiscalização erramos na primeira onda e erramos na segunda onda. Então se está aglomerando pessoas, a polícia deveria estar lá falando para o empresário tomar providências e, se não for tomada, fechar o local”, criticou.

Em resposta a crítica, o vereador Capitão Carpê disse que a polícia tem ações mais importantes para fazer. “Quem deveria estar fazendo isso era a Guarda Municipal, mas não faz por falta de estrutura. A polícia não é babá de gente irresponsável, a polícia tem coisas mais complexas para resolver. Como assalto, roubo, estupro”, pontuou.

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Por Izabel Guedes

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